quarta-feira, 20 de março de 2024

Novo lançamento de Edelton Gloeden

O violonista Edelton Gloeden acaba de lançar pelo Selo SESC um álbum que entra para a história da discografia brasileira e do instrumento. Com esse registro da obra integral de Camargo Guarnieri; Guerra-Peixe; Claudio Santoro; Osvaldo Lacerda e Edino Krieger, o professor da Universidade de São Paulo mostra publicamente os resultados de anos de dedicação a esse trabalho. 

Disponível em várias plataformas – leia em Mais.
Disponível em várias plataformas – leia em Mais.


Sempre é preciso saber em que devemos dedicar nosso precioso tempo, e esse lançamento é um daqueles momentos em que somos capturados por um motivo especial. Ouvir 48 faixas pelo magistral violão de um músico que prima pela seriedade com que interage com uma obra musical, com coerência e conhecimentos ímpares, é por si só um prazer, um aprendizado e um desvelo bem-vindo, e que queremos repetir.

Um violonista como Edelton Gloeden organiza e aponta novos horizontes, e por meio desse produto artístico ele reúne incríveis criadores brasileiros, em um monumental documento sonoro-musical da brasilidade, de vanguarda,  nacionalismo e mistura de diversidade cultural, que é o tesouro descoberto de um país. 

Não bastasse o pendor pela perfeição, ou justamente por isso, Gloeden fez-se acompanhar de grandes profissionais para acumular as melhores condições de trabalho – Ricardo Marui na gravação, edição e mixagem; Adélia Issa na direção do projeto e produção executiva; um encarte de leitura fundamental com autores que já são referências na abordagem da obra desses compositores, a saber: Lutero Rodrigues, Felipe Garibaldi, Marcelo Fernandes, Clayton Vetromilla, e o próprio Edelton; direção musical de Celso Delneri, e outros nomes mais que perfilam ali, demonstrando que a performance e memória musicais foram valorizadas em cada detalhe. E um "Viva!" ao dedicado Selo SESC, que acerta mais uma vez na parceria com a arte musical do Brasil.

Bravo, Edelton Gloeden! Parabéns a todos desse projeto! 

Mais:

Onde ouvir/clique:

Selo SESC SESC digital

YouTube

Plataformas diversas

Lançamentos:


Canal de YouTube 
Luciano Morais





En Castellano
El guitarrista Edelton Gloeden acaba de lanzar un álbum en el sello SESC que pasa a la historia de la discografía brasileña y del instrumento. Con este registro de toda la obra de Camargo Guarnieri; Guerra-Peixe; Claudio Santoro; Osvaldo Lacerda y Edino Krieger, el profesor de la Universidad de São Paulo muestra públicamente los resultados de años de dedicación a este trabajo.

Siempre necesitamos saber a qué debemos dedicar nuestro valioso tiempo, y este lanzamiento es uno de esos momentos en los que nos captura una razón especial.  Escuchar 48 pistas de la guitarra magistral de un músico que se destaca por la seriedad con la que interactúa con una obra musical, con coherencia y conocimiento único, es en sí mismo un placer, un aprendizaje y un cuidado bienvenido, y que sin duda repetiremos.

 Un guitarrista como Edelton Gloeden organiza y señala nuevos horizontes, y a través de este producto artístico reúne a increíbles creadores brasileños, en un monumental documento sonoro-musical de brasilidad, vanguardia, nacionalismo y mezcla de diversidad cultural, que es el tesoro descubierto de un país.

 Como si el afán por la perfección no fuera suficiente, o precisamente por eso, Gloeden estuvo acompañado de grandes profesionales para lograr las mejores condiciones de trabajo –Ricardo Marui en grabación, edición y mezcla;  Adélia Issa en dirección de proyecto y producción ejecutiva; notas de fundamental lectura con autores que ya son referentes en el acercamiento a la obra de estos compositores, a saber: Lutero Rodrigues, Felipe Garibaldi, Marcelo Fernandes, Clayton Vetromilla y el propio Edelton;  dirección musical de Celso Delneri, y otros nombres allí presentes, demostrando que la interpretación musical y la memoria fueron valoradas en cada detalle.  Y un "¡Viva!"  al dedicado Sello SESC, que una vez más triunfa en su colaboración con el arte musical de Brasil.

 ¡Bravo, Edelton Gloeden!  ¡Felicitaciones a todos por este proyecto!

English version
The guitarist Edelton Gloeden has just released an album on the SESC label that goes down in the Brazilian discography and the instrument history. With this record of all the work of Camargo Guarnieri; Guerra-Peixe; Claudio Santoro; Osvaldo Lacerda and Edino Krieger, he the professor at the University of São Paulo publicly shows the results of years of dedication to this work.


 We always need to know what we should dedicate our valuable time to, and this release is one of those moments when we are captured by a special reason. Listening to 48 tracks of the masterful guitar of a musician who stands out for the seriousness with which he interacts with a musical work, with coherence and unique knowledge, is in itself a pleasure, a learning and a welcome affection, and certainly we want repeat this experience.


  A guitarist like Edelton Gloeden organizes and points out new horizons, and through this artistic product he brings together incredible Brazilian creators, in a monumental sound-musical document of Brazilianness, avant-garde, nationalism and a mix of cultural diversity, which is the real treasure discovered of a country.


  As if the desire for perfection were not enough, or precisely because of that, Gloeden was accompanied by great professionals to achieve the best working conditions –Ricardo Marui in recording, editing and mixing; Adélia Issa in project direction and executive production; liner notes of fundamental reading of authors who are already references in the approach to the work of these composers,  namely: Lutero Rodrigues, Felipe Garibaldi, Marcelo Fernandes, Clayton Vetromilla and Edelton himself; musical direction by Celso Delneri, and other names present, demonstrating that musical interpretation and memory were valued in every detail. And a "Hurrah!" to the dedicated SESC Label, which once again triumphs in its collaboration with the musical art of Brazil.


  Bravo, Edelton Gloeden! Congratulations to each one on this project!







sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Ondas-sombras-reflexos: obra de Danilo Rossetti para violão e eletrônica

Em 2022, convidei Danilo Rossetti [1] a escrever uma composição para violão e eletrônica em que eu pudesse, como intérprete, fazer refletir sonoridades iberoamericanas e de cordas dedilhadas.  Com surpresa e satisfação meu colega na Música/UFMT prontamente atendeu a meu pedido com Ondas-sombras-reflexos e assim iniciamos um contato musical rico e promissor. Segue uma entrevista com Danilo Rossetti. 

(TP) Como você começou na composição? Quando teve o primeiro insight que queria ser compositor? Quais compositores desse seu primeiro interesse?

 (DR) Eu percebo que meu primeiro interesse, e até hoje, é pelo som, pelo timbre, pela harmonia. Sempre, desde muito cedo, adorava instrumentos musicais, poder sentar e passar muito tempo brincando com as sonoridades de um piano, por exemplo. Aos poucos, esse interesse pelo som ganhou novos ares por meio dos instrumentos eletrônicos e sintetizadores, com os quais eu descobri um outro mundo sonoro. Sobre preferências, tenho especial interesse pela sonoridade das músicas renascentista e barroca, sobre como se dá a condução da harmonia nesse período. Já na universidade me aproximei muito das obras e escritos do Xenakis, principalmente pelo estudo da questão do tempo. Também me aproximo das obras de compositores que passaram pelo estúdio de Colônia (Ligeti, Stockhausen) e do espectralismo (Grisey, Murail). Tenho bastante interesse atualmente na escuta do free jazz e outros trabalhos ligados à improvisação e articulação de grandes formas.

(TP) Sobre "articulação de grandes formas",  poderia dar um exemplo? Seriam obras de longa duração e complexidade?

(DR) Poderiam ser os grandes improvisos do Keith Jarrett ou longas composições do Egberto Gismonti ou Naná Vasconcelos. Estou pensando em discos dos anos 1970…

(TP) Existe alguma espécie de rito para você ou qual seria a sua rotina para compor? 

(DR) Acho que para compor a gente precisa reservar um período de tempo na rotina em que vamos mergulhar na composição sem sermos interrompidos pelo celular (que costumo deixar no modo avião), campainha ou qualquer outra distração. Não tem um horário específico, mas precisa haver essa concentração. Também não pode ser por pouco tempo, algumas horas é o ideal, pois só assim a peça flui, mas nem sempre a gente consegue esse intervalo devido à rotina. Eu uso tanto o papel quanto o computador no processo de composição. Os primeiros rascunhos são à mão antes mesmo da partitura propriamente dita. A segunda etapa é passar para o computador onde edito a escrita, estrutura, instrumentação e desenvolvimento da música. Depois imprimo a partitura e faço à mão os últimos ajustes de técnicas instrumentais e gestuais.    

 (TP) Danilo, no começo do ano de 2022 eu pedi a você uma obra de música eletrônica e violão, daí nasceu Ondas-sombras-reflexos. Como foi compor essa obra? Conhecimento anterior de violão, você possuía?  Sabemos que você já havia escrito uma obra, dedicada ao Sérgio Ribeiro – poderia falar um pouco dessa obra também.

(DR) Sim, já havia composto em 2020 uma peça para violão e eletrônica, Microrreflexões, dedicada ao Sérgio Ribeiro. As duas obras, Microrreflexões e Ondas-sombras-reflexos têm a eletrônica em suporte fixo, ou seja, ela é previamente composta e está fixada em um arquivo de áudio. A grande preocupação com a música mista é o tempo, seja da escrita do instrumento acústico, seja o tempo da eletrônica. Para isso a gente precisa ter o cuidado, no caso da música em suporte fixo, de escrever a partitura instrumental e a interação com os sons eletrônicos em espaços de tempo calculados, com técnicas, figurações e gestos exequíveis. Não sou violonista de formação mas conheço o instrumento, as possibilidades. Isso vem de muita escuta das peças contemporâneas e clássicas do instrumento. Acho que essa é uma das grandes necessidades dos(as) compositores (as), a escuta.     

 (TP) Como professor de composição, o que destacaria para seus estudantes mais se atentarem para a criação? 

(DR) Tem uma frase atribuída ao Schoenberg em que ele afirma que para compor ele tentava esquecer de todas teorias. Eu acho que é um dos caminhos: principalmente quando o(a) aluno(a) está no início, geralmente se sente amarrado(a) pelos conhecimentos adquiridos nas disciplinas de contraponto, harmonia, teoria, etc. A ideia da composição é justamente o contrário, a gente precisa soltar e deixar a mão fluir, e esse é um exercício, não vem naturalmente. É claro que em algum momento a gente vai ter que rever o que escrevemos para ver se é realmente aquilo que desejamos, mas o momento de “soltar a mão” é importante. Outro ponto é a técnica de composição. A partir da ideia, da fluência, podemos utilizar técnicas de composição que aprendemos, e isso ajuda a dar consistência à peça que estamos trabalhando. Finalmente, destacaria a criação em nossas mentes de imagens sonoras, bem resumidamente, imaginar o som que queremos em determinada peça. 

(TP) Vi em artigos e obras suas que há um interesse em trabalho colaborativo. Poderia falar um pouco sobre isso, o conceito e como tem sido para você? 

(DR) O trabalho colaborativo é essencial, principalmente para nós compositores, intérpretes, analistas, musicólogos, educadores que estamos na universidade. A música é coletiva e essas fronteiras estão cada vez mais difusas. Aprendemos muito com a colaboração e acho que o nosso papel é incentivar essa atitude aos alunos. O trabalho criativo só tem a ganhar com a colaboração, pois traz a criação para outro patamar em que as escolhas são feitas em conjunto, a partir da interação, e não somente a partir de um indivíduo. Nesse contexto os ensaios preparatórios são muito importantes para tomadas de decisão, pois cada nova peça tem uma história, uma vida própria, ou seja, uma busca de dar forma à sua singularidade. É preciso fazer essa vida brotar e se desenvolver em seus próprios caminhos.



Agradecendo a Rossetti pela obra e  entrevista, veja mais informações a seguir!

Mais

[1]Danilo Rossetti (São Paulo/SP 1978), Compositor cujo trabalho se concentra na pesquisa interdisciplinar por meio do uso de tecnologias, metodologias e práticas colaborativas em processos criativos, performances e análises musicais. Possui composições para diferentes formações instrumentais (solos ou conjuntos de câmara), acusmáticas, mistas e multimodais (instalações audiovisuais, música e dança, criações virtuais e música telemática). Foi um dos premiados do Prêmio Funarte de Música Clássica 2016, na categoria solos, música acusmática e mista. Suas composições já foram executadas em conferências e festivais tais como ICMC, CMMR, NYCEMF, CICTeM,NIME, BIMESP, SBCM, ANPPOM e CDMC 30 anos. Professor da Universidade Federal do Mato Grosso, de música eletroacústica, composição e disciplinas teóricas. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Música do Instituto de Artes da UNICAMP. Investigador e líder do grupo de pesquisa do CNPq "Criação, análise e performance musical com suporte computacional". Realizou pesquisa de pós-doutorado junto ao Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora da UNICAMP, sob supervisão do Prof. Dr. Jônatas Manzolli e com apoio FAPESP. Estudou composição com José Manuel López López, Silvio Ferraz e Flo Menezes, e técnicas de interação entre instrumentos acústicos e computadores na música mista com Alain Bonardi e Anne Sèdes. É  Doutor em Composição Musical pela UNICAMP, com período sanduíche no Centre de recherche Informatique et Création Musicale da Université Paris 8, Mestre em Música e Bacharel em Composição (instrumental e eletroacústica) e Regência pela UNESP.  [Currículo Lattes/CNPq – Brasil]

- Página do compositor e  partitura

 https://danilorossetti.com/composicoes-compositions/ 

https://danilorossetti.files.wordpress.com/2023/04/ondas-sombras-reflexos-final.pdf

‐ Veja em Descompasso videopartituras a composição Ondas-sombras-reflexos de Danilo Rossetti e interpretação ao violão de Teresinha Prada.

- Vídeo de Danilo Rossetti sobre a obra (depoimento especial para o1º Workshop da Linha Temática de Música e Interpretação - CESEM Universidade Nova de Lisboa)

https://drive.google.com/file/d/1E4z8ItryN7XHTbTfMJOyyD7p9FdX1gQx/view?usp=drivesdk

- Resumo/Abstract da comunicação de Teresinha Prada e Danilo Rossetti sobre Ondas-sombras-reflexos e L'Oiseau-Lyre no evento Nova Contemporary Music Meeting da Universidade Nova de Lisboa. Artigo completo (Atas do evento NCMM2023) em breve.

http://fabricadesites.fcsh.unl.pt/ncmm/teresinha-prada-and-danilo-rossetti/

 

Español 
 
 En 2022, invité a Danilo Rossetti a escribir una composición para guitarra y electrónica en la que pudiera, como intérprete, reflejar sonidos y cuerdas pulsadas iberoamericanas.  Con sorpresa y satisfacción, mi colega de Música/UFMT respondió prontamente a mi pedido con Ondas-sombras-reflexos y así iniciamos un rico y prometedor contacto musical.  A continuación se muestra una entrevista con Danilo Rossetti.   

 (TP) ¿Cómo empezaste a componer?  ¿Cuándo se dio cuenta por primera vez de que quería ser compositor?  ¿Qué compositores te interesaron primero?   

(DR) Me doy cuenta de que mi primer interés, y hasta el día de hoy, es el sonido, el timbre, la armonía.  Siempre, desde muy pequeño, me encantaron los instrumentos musicales, pudiendo sentarme y pasar mucho tiempo tocando los sonidos de un piano, por ejemplo.  Poco a poco este interés por el sonido tomó nuevos aires a través de los instrumentos electrónicos y sintetizadores, con los que descubrí otro mundo sonoro.  En cuanto a preferencias, tengo especial interés en el sonido de la música renacentista y barroca, en cómo se conduce la armonía durante esta época.  En la universidad me acerqué mucho a las obras y escritos de Xenakis, principalmente a través del estudio de la cuestión del tiempo.  También me acerco a las obras de compositores que pasaron por el estudio de Colonia (Ligeti, Stockhausen) y el espectralismo (Grisey, Murail).  Actualmente estoy muy interesado en escuchar free jazz y otros trabajos relacionados con la improvisación y articulación de grandes formas.  

 (TP) En cuanto a la "articulación de formas grandes", ¿podría darnos un ejemplo?  ¿Serían obras duraderas y complejas?   

(DR) Podrían ser las grandes improvisaciones de Keith Jarrett o las largas composiciones de Egberto Gismonti o Naná Vasconcelos.  Estoy pensando en discos de los años 1970...

(TP) ¿Existe algún tipo de rito para ti o cuál sería tu rutina a la hora de componer?   

(DR) Creo que para componer necesitamos reservar un lapso de tiempo en nuestra rutina donde nos sumergiremos en la composición sin ser interrumpidos por nuestros teléfonos celulares (que suelo dejar en modo avión), un timbre o cualquier otro distracción.  No hay un tiempo concreto, pero es necesario que haya esa concentración.  Tampoco puede ser por poco tiempo, unas horas es lo ideal, porque es la única manera en que la pieza fluye, pero no siempre conseguimos ese descanso por la rutina.  Utilizo tanto papel como el ordenador en el proceso de composición.  Los primeros borradores están disponibles incluso antes de que se cree la partitura real.  El segundo paso es pasar a la computadora donde edito la escritura, estructura, instrumentación y desarrollo de la canción.  Luego imprimo la partitura y hago los ajustes finales a las técnicas instrumentales y gestuales a mano.  

 (TP) Danilo, a principios de 2022 te pedí un trabajo de música electrónica y guitarra, de ahí nació Ondas-sombras-reflexos.  ¿Cómo fue componer esta obra?  ¿Tenías algún conocimiento previo de guitarra?  Sabemos que usted ya había escrito una obra, dedicada a Sérgio Ribeiro, ¿podría hablarnos un poco sobre esa obra también? 

  (DR) Sí, en 2020 ya había compuesto una pieza para guitarra y electrónica, Microrreflexões, dedicada a Sérgio Ribeiro.  Las dos obras, Microreflexões y Ondas-sombras-reflexos, tienen la electrónica sobre un soporte fijo, es decir, están previamente compuestas y fijadas en un archivo de audio.  La mayor preocupación con la música mixta es el tiempo, ya sea el tiempo de escritura del instrumento acústico o el tiempo de la electrónica.  Para ello hay que tener cuidado, en el caso de la música sobre soporte fijo, de escribir la partitura instrumental y la interacción con los sonidos electrónicos en espacios de tiempo calculados, con técnicas, figuraciones y gestos factibles.  No soy un guitarrista de formación pero conozco el instrumento y sus posibilidades.  Esto proviene de escuchar mucho piezas clásicas y contemporáneas en el instrumento.  Creo que esta es una de las grandes necesidades de los compositores, escuchar.

(TP) Como profesor de composición, ¿qué destacarías para que tus alumnos presten más atención a la creación?  

 (DR) Hay una frase atribuida a Schoenberg en la que afirma que para componer intentaba olvidar todas las teorías.  Creo que es una de las formas: sobre todo cuando el alumno recién comienza, generalmente se siente atado por los conocimientos adquiridos en las materias de contrapunto, armonía, teoría, etc.  La idea de composición es exactamente la contraria, hay que soltarse y dejar fluir la mano, y esto es un ejercicio, no sale de forma natural.  Por supuesto, en algún momento tendremos que revisar lo que escribimos para ver si realmente es lo que queremos, pero el momento de “soltar” es importante.  Otro punto es la técnica de composición.  Desde la idea, desde la fluidez, podemos utilizar técnicas de composición que hemos aprendido, y esto ayuda a darle consistencia a la pieza que estamos trabajando.  Por último, destacaría la creación en nuestra mente de imágenes sonoras, en definitiva, imaginar el sonido que queremos en una determinada pieza. 

  (TP) Vi en tus artículos y trabajos que hay interés por el trabajo colaborativo.  ¿Podrías hablar un poco sobre eso, el concepto y cómo ha sido para ti?   

(DR) El trabajo colaborativo es esencial, especialmente para nosotros, compositores, intérpretes, analistas, musicólogos, educadores que estamos en las universidades.  La música es colectiva y estos límites son cada vez más difusos.  Aprendemos mucho de la colaboración y creo que nuestro papel es fomentar esta actitud en los estudiantes.  El trabajo creativo sólo puede beneficiarse de la colaboración, ya que lleva la creación a otro nivel en el que las decisiones se toman en conjunto, basándose en la interacción, y no solo por parte de un individuo.  En este contexto, los ensayos preparatorios son muy importantes para la toma de decisiones, ya que cada nueva pieza tiene una historia, una vida propia, es decir, una búsqueda por darle forma a su singularidad.  Es necesario hacer que esta vida brote y se desarrolle a su manera.   

 

English version

 In 2022, I invited Danilo Rossetti to write a composition for guitar and electronics in which he could, as a performer, reflect Ibero-American sounds and plucked strings.  With surprise and satisfaction, my colleague from Music/UFMT promptly responded to my request with Ondas-sombras-reflexos and thus we began a rich and promising musical contact.  Below is an interview with Danilo Rossetti.

 (TP) How did you start composing?  When did you first realize you wanted to be a composer?  Which composers interested you first?

 (DR) I realize that my first interest, and to this day, is sound, timbre, harmony.  I have always, from a very young age, loved musical instruments, being able to sit and spend a lot of time playing the sounds of a piano, for example.  Little by little this interest in sound took on new air through electronic instruments and synthesizers, with which I discovered another world of sound.  As for preferences, I have a special interest in the sound of Renaissance and Baroque music, in how harmony is conducted during this era.  At university I became very close to the works and writings of Xenakis, mainly through the study of the question of time.  I also approach the works of composers who studied Cologne (Ligeti, Stockhausen) and spectralism (Grisey, Murail).  Currently I am very interested in listening to free jazz and other works related to improvisation and articulation of large forms.

 (TP) Regarding "articulation of large forms", could you give us an example?  Would they be long-lasting and complex works?

 (DR) It could be the great improvisations of Keith Jarrett or the long compositions of Egberto Gismonti or Naná Vasconcelos.  I'm thinking of records from the 1970s...

 (TP) Is there some type of ritual for you or what would be your routine when composing?

 (DR) I think that in order to compose we need to reserve a period of time in our routine where we will immerse ourselves in the composition without being interrupted by our cell phones (which I usually leave on airplane mode), a doorbell or any other distraction.  There is no specific time, but there needs to be that concentration.  It can't be for a short time either, a few hours is ideal, because it is the only way in which the piece flows, but we don't always get that break due to routine.  I use both paper and the computer in the composition process.  Early drafts are available even before the actual score is created.  The second step is to move to the computer where I edit the writing, structure, instrumentation and development of the song.  I then print the score and make final adjustments to the instrumental and gestural techniques by hand.

 (TP) Danilo, at the beginning of 2022 I asked you for a work on electronic music and guitar, from there Ondas-sombras-reflexos was born.  What was it like to compose this work?  Did you have any background knowledge of guitar?  We know that you had already written a work, dedicated to Sérgio Ribeiro, could you tell us a little about that work as well?

 (DR) Yes, in 2020 he had already composed a piece for guitar and electronics, Microrreflexões, dedicated to Sérgio Ribeiro.  The two works, Microreflexões and Ondas-sombras-reflexos, have the electronics on a fixed support, that is, they are previously composed and fixed in an audio file.  The biggest concern with mixed music is time, whether it's the writing time of the acoustic instrument or the time of the electronics.  To do this, care must be taken, in the case of music on a fixed medium, to write the instrumental score and the interaction with electronic sounds in calculated time periods, with feasible techniques, figurations and gestures.  I am not a trained guitarist but I know the instrument and its possibilities.  This comes from listening to a lot of classical and contemporary pieces on the instrument.  I think this is one of the great needs of composers, to listen.

 (TP) As a composition teacher, what would you highlight so that your students pay more attention to creation?

 (DR) There is a phrase attributed to Schoenberg in which he states that in order to compose he tried to forget all theories.  I think it is one of the ways: especially when the student is just starting out, he generally feels bound by the knowledge acquired in the subjects of counterpoint, harmony, theory, etc.  The idea of ​​composition is exactly the opposite, you have to let go and let your hand flow, and this is an exercise, it does not come naturally.  Of course, at some point we will have to review what we write to see if it is really what we want, but the moment of “letting go” is important.  Another point is the composition technique.  From the idea, from the fluidity, we can use composition techniques that we have learned, and this helps give consistency to the piece we are working on.  Finally, I would highlight the creation of sound images in our minds, in short, imagining the sound we want in a certain piece.    

 (TP) I saw in your articles and works that there is interest in collaborative work.  Could you talk a little bit about that, the concept and what it's been like for you?   

(DR) Collaborative work is essential, especially for us, composers, performers, analysts, musicologists, educators who are in universities.  Music is collective and these limits are increasingly blurred.  We learn a lot from collaboration and I believe that our role is to foster this attitude in students.  Creative work can only benefit from collaboration, as it takes creation to another level where decisions are made together, based on interaction, and not just by one individual.  In this context, preparatory rehearsals are very important for decision-making, since each new piece has a story, a life of its own, that is, a search to give shape to its uniqueness.  It is necessary to make this life sprout and develop in its own way.

 

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Turíbio Santos 80 Anos: Parte 3

 [Espanõl abajo/English version follows bellow] 

Turíbio Santos e a dimensão dos 12 Estudos de Villa-Lobos


Agora eu quero fazer o disco que eu já fiz no meu país,

os 12 Estudos de Villa-Lobos

[resposta do jovem Turíbio Santos à maior gravadora francesa, Erato]

 

Dia Nacional da Música Clássica no Brasil é 5 de março, aniversário de Villa-Lobos – em  reconhecimento do quanto sua obra significa para o país, tornando a música erudita brasileira mais conhecida pelo mundo afora. O violão de Villa-Lobos [Suite Popular Brasileira, 12 Estudos, Cinco Prelúdios, Concerto para violão, obras de câmara] está ligado a essa grandeza e, dentro desse repertório, seus Estudos são um marco pela vanguarda e cultura musical, pois a sonoridade que se ouve no conjunto das doze peças surpreende pelos vários momentos de trânsito entre o violão clássico e um discurso musical inaudito.

Em 1963, com o apoio de Mindinha Villa-Lobos na direção do Museu, Turíbio Santos grava os 12 Estudos pela Caravelle/MEC/MuseuVL (o primeiro disco do Museu – um enorme sucesso) e, no mesmo ano, faz a estreia da integral dos Estudos durante o Festival Villa-Lobos. Foram dois marcos na história, LP e concerto dimensionaram essa incrível obra, que aguardava mais de 30 anos para ser colocada no lugar de proeminência que sempre mereceu, de desafio aos intérpretes e de referência composicional perene. E coube a Turíbio, com apenas 20 anos de idade, esse feito.

A carreira de Turíbio se desenvolve e ele segue para a França, onde, em fins da década de 1960, o já  laureado violonista grava o Concerto de Aranjuez  pela Musidisc, e pela Erato, durante a década de 1970, o repertório villalobiano.

Seu primeiro LP pela Erato foi o dos 12 Estudos, sem dúvida um marco que abriu caminhos para a difusão mundial, tornando uma praxe dos violonistas gravarem Villa-Lobos. Importante mencionar que esse sucesso do LP dos 12 Estudos pela Erato promoveu um aquecimento do mercado, pois, além dos violonistas gravarem, há um revival dos registros de Villa-Lobos na ORTF (Office de radiodiffusion-télévision française).

O professor Antônio Guedes recorda esse momento e nos conta: 

Lembro como se fosse hoje: um amigo meu apareceu um dia na seção onde trabalhava com um vinil dos 12 Estudos de Villa-Lobos, gravados por Turibio Santos, que na época foi um acontecimento global no mundo violonístico – isso foi em meados de 1972.

 

E o próprio Turíbio comenta a rapidez e intensidade com que sua gravação atingiu o meio violonístico:

...uma multidão de violonistas saiu gravando isso, a toda velocidade, inclusive gente muito famosa, gente que eu comprava os discos nas lojas, gravou os 12 Estudos.

 

Os 12 Estudos – Os Estudos possuem a reconfiguração de um discurso emergente, de fundamento no Novo presente a cada peça. Esse discurso emblemático tem o contorno de objetivos técnicos de harpejos, escalas, ligados, porém em processos dos mais inventivos disponíveis, com aproximações bachianas pelas camadas de vozes e enlace com as escolas clássicas, só que inovando a linguagem do instrumento pela extensão dos fraseados que parecem esgotar as possibilidades. A ideia da posição fixa na mão esquerda – ora de extensão cromática ora gerando melodias, nos baixos ou por acordes – estabelece longas progressões e harmonias estendidas, o que inova e ocupa os espaços da dominante, da tensão e do prolongamento da resolução. Para além da experiência técnica, os 12 Estudos são música de concerto do mais alto nível; há o esforço do intérprete por manter a nitidez dos elementos técnicos e a atenção em fazer surgir e interpretar as melodias que se apresentam. Do 1 ao 12 , não há um Estudo em que não aconteça uma invenção de discurso musical, um desafio técnico e o reflexo de inovação–brasilidade villalobiana que marcará para sempre sua poética.

 Até hoje [...] depois de gravar quatro vezes os Estudos, ainda tenho surpresas com eles.

[Turíbio Santos]

 

 Turíbio Santos – Não é possível encerrar essa homenagem sem reiterar a importância de sua trajetória para todas as gerações de violonistas, com tantos feitos e sucessos, e de sua postura acolhedora e solícita.

 

Mais:

Encontros Clássicos – Turíbio Santos – TV Concerto, com João Luiz Sampaio.

https://youtu.be/_DV6ILQR8DI  

Festival Internacional de ViolãoTuríbio Santos, o didata; com Fernando Araújo e Celso Faria.

https://youtu.be/WL9GjdgK9tc 

Recital de despedida de Turíbio Santos (Sala Cecília Meireles, 1969); registro histórico de Frank Acker - Instituto Piano Brasileiro.

 https://youtu.be/85sdQZYP9bI

Livros, procure por:

Caminhos, Encruzilhadas e Mistérios... Autobiografia Turíbio Santos 
Mentiras... ou não? Turíbio Santos
Album de retratos – Turíbio Santos – Herminio Bello de Carvalho

Eventos: Música nas Cidades Históricas https://mucih.com.br/

 

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Turíbio Santos y la dimensión de los 12 Estudios de Villa-Lobos

Ahora quiero hacer el disco que ya hice en mi país, los 12 Estudios de Villa-Lobos

[Respuesta del joven Turíbio Santos al mayor sello discográfico francés, Erato]



El Día Nacional de la Música Clásica en Brasil es el 5 de marzo, cumpleaños de Villa-Lobos, en reconocimiento de cuánto significa su trabajo para el país, haciendo que la música clásica brasileña sea más conocida en todo el mundo. La guitarra de Villa-Lobos [Suite Popular Brasileira, 12 Estudios, Cinco Preludios, Concierto para guitarra, obras de cámara] está ligada a esta grandeza y, dentro de este repertorio, sus Estudios son un hito para la vanguardia y la cultura musical; o sea el sonido que se puede escuchar en el conjunto de doce piezas sorprende por los diversos momentos de tránsito entre la guitarra clásica y un discurso musical inédito.

En 1963, con el apoyo de Mindinha Villa-Lobos como la directora del Museo Villa-Lobos, Turíbio Santos graba los 12 Estudios para Caravelle/MEC/MuseuVL (el primer disco del Museo – un gran éxito) y, en el mismo año, hace el estreno  integral de los Estudios durante el Festival de Villa-Lobos. Fueron dos hechos en la historia, Long Play y concierto, dimensionando esta increíble obra, que esperó más de 30 años para ser colocada en el lugar de protagonismo que siempre mereció, de desafío a los intérpretes y de perenne referente compositivo. Y le tocó a Turíbio, solo 20 años, lograr esta hazaña.

La carrera de Turíbio se desarrolla y él se fue a Francia, donde, a finales de los años 60, el ya premiado guitarrista graba el Concierto de Aranjuez para Musidisc, y para Erato, en los años 70, el repertorio villalobiano.

Su primer LP para Erato fue de los 12 Estudios, sin duda un hito que allanó el camino para la difusión a nivel mundial de eso, haciendo habitual a los guitarristas que graben Villa-Lobos. Es importante mencionar que este éxito del LP de los 12 Estudios de Erato promovió un impulso del mercado, ya que, además de la grabación de los guitarristas, hay un resurgimiento de los discos de Villa-Lobos en la ORTF (Office de radiodiffusión-télévision française).

El profesor Antônio Guedes recuerda este momento y nos dice:

     Lo recuerdo como si fuera hoy: un amigo mío se presentó un día en la sección donde estaba trabajando con un vinilo de los 12 Estudios de Villa-Lobos, grabado por Turibio Santos, que en aquel momento fue un evento mundial en el mundo de la guitarra, eso fue a mediados de 1972.

 

Y el propio Turíbio comenta la rapidez e intensidad con la que su disco llegó al panorama guitarrístico:

     …una multitud de guitarristas salió grabando esto, a toda rapidez, incluyendo gente muy famosa, gente a la que le compré discos en las tiendas, grabó los 12 Estudios.

 

Los 12 Estudios – Los Estudios tienen la reconfiguración de un discurso emergente, a partir de lo Nuevo presente en cada pieza. Este discurso emblemático tiene el esquema de objetivos técnicos de arpegios, escalas, ligados, pero en los procesos más inventivos disponibles, con aproximaciones bachianas a través de las capas de voces y enlace con las escuelas clásicas, mientras  innovando el lenguaje del instrumento por la extensión del fraseo que parece agotar las posibilidades. La idea de una posición fija en la mano izquierda - a veces con extensión cromática, a veces generando melodías, en bajos o por acordes - establece progresiones largas y armonías extendidas, que innova y ocupa los espacios de dominante, tensión y resolución prolongada. Además de la experiencia técnica, los 12 Estudios son música de concierto del más alto nivel; eso está en el esfuerzo del intérprete por mantener la definición de los elementos técnicos y la atención en plantear e interpretar las melodías que se presentan. Del 1 al 12, no hay Estudio en el que no haya una invención del discurso musical, un desafío técnico y el reflejo de la innovación-brasilidad villalobiana que marcará para siempre su poética.

  Aún hoy [...] después de grabar los Estudios cuatro veces, todavía tengo sorpresas con ellos.

[Turíbio Santos]


  Turíbio Santos – No es posible terminar este homenaje sin reiterar la importancia de su trayectoria para todas las generaciones de guitarristas, con tantos logros y éxitos, y su actitud acogedora y solícita.


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Turíbio Santos and the dimension of the 12 Villa-Lobos Studies

 

Now I want to make the record that is already being made in my country,
the 12 Studies of Villa-Lobos

[Response from young Turíbio Santos to the biggest French record label, Erato]

 

National Classical Music Day in Brazil is on March 5, Villa-Lobos's birthday, in recognition of how much his work means to the country, making Brazilian classical music known throughout the world. The guitar of Villa-Lobos [Suite Popular Brasileira, 12 Estudios, Cinco Preludios, Concerto para Guitarra, chamber works] is linked to this grandeur and, within this repertoire, his Etudes are a success for the avant-garde and musical culture, then the sound that is heard in the set of twelve pieces surprises by the different moments of transit between the classical guitar and an unprecedented musical discourse.

In 1963, with the support of Mindinha Villa-Lobos as director of the Museum, Turíbio Santos recorded 12 Estudios for Caravelle/MEC/MuseuVL (the Museum's first album – a great success) and, in the same year, premiered the complete set of Studies during the Villa-Lobos Festival. There were two historical achievements, LP and concert, sizing up this incredible work, which waited more than 30 years to be placed in the leading role it always deserved, a challenge to performers and a perennial compositional reference. And it was up to Turíbio, at just 20 years old, to accomplish this feat.

Turíbio's career unfolds and he marches towards France, where, at the end of the 1960s, the award-winning guitarist records the Concierto de Aranjuez for Musidisc, and for Erato, in the 1970s, the Villalobian repertoire.

His first LP for Erato was the 12 Studios, undoubtedly a success that paved the way for its worldwide diffusion, making it common for guitarists to record Villa-Lobos. It is important to mention that this success of the Erato 12 Studios promoted an overheating of the market, since, in addition to the recording of the guitarists, there is a resurgence of the Villa-Lobos records in the ORTF (Office de radiodiffusión-télévision française).

Professor Antônio Guedes remembers this moment and tells us:

     I remember how it was today: a friend of mine was present one day in the section where he was working with a vinyl from the 12 Villa-Lobos Studies, recorded by Turibio Santos, which at that time was a world event in the guitar world, and it was around 1972.

 

And Turíbio himself comments on the short time and intensity with which his record reached the guitar scene:

     …a multitude of guitarists came out recording this, at full speed, including very famous people, people who I used to buy records in stores, recorded the 12 studios.

 

The 12 Studies – The Études have the reconfiguration of an emerging discourse, from the New present in each piece. This emblematic discourse has the scheme of technical objectives of arpeggios, scales, slurs, but in the most inventive processes available, with Bachian approaches through the layers of voices and links with the classical schools, singularly innovating the language of the instrument by extension of the phrase that seems to exhaust the possibilities. The idea of a fixed position in the left hand -sometimes with chromatic extension, sometimes generating melodies, in bass or by chords- establishes wide progressions and extended harmonies, which innovate and occupy the spaces of dominant, tension and prolonged resolution. In addition to technical expertise, the 12 Etudes are concert music of the highest order; the effort of the interpreter is to maintain the definition of the technical elements and giving raise and interpreting the melodies that are presented. From 1 to 12, there is no piece in which the invention of musical discourse does not exist, a technical challenge and the reflection of Villalobian-Brazilian innovation that will forever mark his Poetics.

    To this day [...] after recording the Études four times, I still have surprises with them.
[Turíbio Santos]

 

    Turíbio Santos – It is not possible to end this tribute without reiterating the importance of his career for all generations of guitarists, with so many achievements and successes, and his welcoming and helpful attitude.

segunda-feira, 20 de março de 2023

Turíbio Santos 80 anos: Parte 2

 Em continuação ao post sobre os 80 anos de Turíbio Santos, vamos falar de Parábola,  uma das obras mais importantes que já foram dedicadas a Turíbio, que a estreou em Londres em abril de 1974. 

 [Espanõl abajo/English version follows bellow]

Parábola foi composta por Leo Brouwer em 1973 e publicada em 1975 pela Editora Max Eschig, no âmbito da Coleção Turíbio Santos. Brouwer, nascido em Havana em 1939, vivenciou as vanguardas europeias dos anos 1960-70, mas de um modo totalmente natural entre o que ele já carregava de suas ancestralidades interculturais e os interesses modernos que reverberam em sua poética desde cedo.

Os rituais afro-cubanos têm um apoio fundamental na música e dança e essas se estabelecem pelos gestos tradicionais do rito, porém abertos pela improvisação no transe. Há um conjunto de cantos que, no espaço sagrado da ritualística afro, faz da repetição com diferenças o material consubstanciado do elo com o divino. Neste ambiente sonoro-corporal, a partir de ritos iniciáticos de chamamento, há metaforicamente espaço para invenção e liberdade criadora, improvisação e, à guisa de final, signos para encerrar o processo cerimonial. Células motívicas de ritual afro-cubano são muito encontradas no extenso repertório de Leo Brouwer.

Os sete movimentos de Parábola demonstram a riqueza de vários desses encontros: A– Prólogo; B– Introducción a la Danza; C– Alla Danza; D– Interludio; E– Yambú; F– Alla Danza e G– Epílogo.

O título Parábola – Essa obra para violão solo carrega uma denominação associada à geometria e/ou à metáfora linguística. Excelentes estudos sobre Parábola já foram feitos, como de Eduardo Fernández (veja em Mais), que abordou a peça em um artigo, e teve contato com Brouwer. Em seu texto, a análise destaca enlaces do processo composicional, se surge do uso da série de Fibonacci e outros meios, sem abandonar a importância da africanidade em Brouwer.

Também a dissertação de André Milagres (2015) aborda outra questão interessante de Parábola, e seus procedimentos composicionais, ao estabelecer a possibilidade da estrutura dessa música com a pintura e processos do suíço Paul Klee. Assim como os processos de Fibonacci interessaram a Béla Bartok – e este foi um dos criadores que entusiasmaram Brouwer na juventude – a pintura e  o trabalho de Klee estão entre os interesses de Brouwer.

André Milagres cita uma correspondência que teve com Turíbio Santos em que o violonista dedicatário informa a descrição feita por Brouwer, de que Parábola é como “uma sucessão de clichês violonísticos muito caros aos intérpretes, (...) arpejos sonoros e velozes, que funcionam como ornamentações”, e que isso viria a permear toda a obra para violão de Brouwer – “Uma espécie de marca registrada”. E é de se destacar o que diz a seguir: “O intérprete deve se ater aos desígnios do compositor e tocá-la de maneira bem clara, fluida, com um ligeiro embalo, à maneira de um improviso” (SANTOS, 2015 apud MILAGRES, 2015:19).

Ao fim, o título de Parábola parece abraçar tanto a ideia linguística da apreensão de algo por exposição metafórica, simbólica, e aqui cabem tanto os aportes violonísticos como diz Turíbio quanto as aproximações serializadas, estruturadas e de africanidades, como querem os estudiosos.

Isabelle Hernandez (2000:166-167) afirmou haver em Parábola os sentidos do título já comentados, bem como importância de estruturas de Klee, de africanidades e cultura cubana. Traz importantes informações sobre performances: Brouwer a tocou logo em seguida a compô-la, só informalmente como indica, e a gravou também sem pretensões em um dos estúdios do ICAIC (Instituto Cubano de Arte e Cultura Cinematográfica) e o violonista Jesús Ortega a executou em Havana no Primer Festival de Música Contemporánea de los Países Socialistas a 13 de outubro de 1974.

 


 Trecho que informa as figurações de andamentos

Fonte: André Milagres (2015:21)

 

Partituras com Improviso controlado - Turíbio fala em “à maneira de um improviso”. O artigo de Fernández atenta para a dificuldade de adesão à Parábola, posto que poucos intérpretes parecem assumir a tarefa de atender às condições para a espécie de coautoria que a obra solicita; também André Milagres aborda essa questão enumerando as raras oportunidades de se assistir à Parábola. De fato, essa é mais uma problemática da música contemporânea de concerto do que de uma obra de Brouwer. Acostumados estamos a ter o extenso repertório de Brouwer reverberado em muitas gravações e concertos, e o que se faz menos, como Tarantos e Parábola, fica ligado a ser de vanguarda, de preceitos como a escrita em módulos, Indeterminação e Aleatorismo, que afastariam o intérprete, preparado mormente para executar partituras de estética e história dadas e de fraseados prontos.

O pioneiro Gilberto Mendes (Santos, 1922-2016) em sua obra Blirium (1965) apresenta, de forma lúdica, problemática similar do debruçar-se sob uma partitura, que seja feita de instruções. O compositor santista costumava chamar a isso de “improviso controlado”, pois, mesmo com a dada liberdade, há parâmetros presentes para “fechar” o limite ao Aleatorismo total, ou ao jogo de chances de Cage.

No caso de Parábola,  a obra não está exatamente fundamentada em termos aleatórios; há formação de alturas para seguir e a presença do intérprete está na sua capacidade de expressão rítmica das células com o tracejado indicativo de velocidades relativas, incentivo a demonstrar sua atuação técnico-expressiva e, assim, entrar em sintonia com a ideia inicial do compositor.

Minimalismo e silêncio – Um prenúncio de uma etapa em outra não é algo difícil de achar em compositores que já há muito alcançaram sua “marca registrada“, e em Parábola  um certo nível de Minimalismo se acerca da obra, quando uma seção repete-se e alterna-se, às vezes por repetição simples ou com alguma diferença, por adição ou subtração de notas. 

Brouwer indica criteriosamente em Parábola  o uso de células de pausa, cujo emblemático silêncio, descrito em segundos, é um recorrente manejo da música contemporânea. 

 

 Mais:

 
Turíbio Santos em programa do 
Teatro Cultura Artística, 1982  (Ver Mais)

Edição da Max Eschig
FERNÁNDEZ, Eduardo. Sobre Parábola de Leo Brouwer, Escuela Universitaria de Música, Montevideo, Universidade de la República. Uruguay. Disponível em: https://www.eumus.edu.uy/eum/boletin/2013/10/sobre-parabola-de-leo-brouwer-por-eduardo-fernandez-escuela-universitaria-de-musica

HERNÁNDEZ, Isabelle. Leo Brouwer. Habana, Cuba: Editora Musical de Cuba, 2000.

MILAGRES, André. Parábola (1973): uma aproximação entre as ideias de Leo Brouwer e de Paul Klee. 118 fl. Dissertação (Mestrado em Música). Disponível em:http://web02.unirio.br/sophia_web/index.php?codigo_sophia=73752

Turíbio Santos. Temporada 1982 – Série Especial. 13 de julho 1982 / 21h00. Teatro Cultura Artística. Disponível em: http://www.repositorio-bc.unirio.br:8080/xmlui/handle/unirio/11188

Gilson Antunes. Áudio de Parábola – gravação ao vivo/concerto na Guildhall School. Londres, 1996. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tS8LXKROjA4

 

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Turíbio Santos 80 años: Parte 2

 A continuación del post sobre el 80 aniversario de Turíbio Santos, hablemos de Parábola, una de las obras más importantes jamás dedicadas a Turíbio, que se estrenó en Londres en abril de 1974.


Parábola fue compuesta por Leo Brouwer en 1973 y publicada en 1975 por la Editora Max Eschig, dentro de la Colección Turíbio Santos. Brouwer, nacido en La Habana en 1939, vivió las vanguardias europeas de los años 60 y 70, pero de una forma totalmente natural entre lo que ya traía de su ascendencia intercultural y los intereses modernos que reverberaban en su poética desde temprana edad.

Los rituales afrocubanos tienen un apoyo fundamental en la música y la danza y estos son establecidos por los gestos tradicionales del rito, pero abiertos por la improvisación en trance. Hay un conjunto de cantos que, en el espacio sagrado de los rituales afro, hacen de la repetición con diferencias el material consustanciado del vínculo con lo divino. En este ambiente sónico-corporal, basado en los ritos iniciáticos de la evocación, hay metafóricamente espacio para la invención y la libertad creativa, la improvisación y, a modo de final, las señales de finalización del proceso ceremonial. Las células motívicas del ritual afrocubano se encuentran a menudo en el extenso repertorio de Leo Brouwer.

Los siete movimientos de Parábola demuestran la riqueza de varios de estos encuentros: A– Prólogo; B – Introducción a la Danza; C – Alla Danza; D– Interludio; E – Yambú; F– Alla Danza y G– Epílogo.

El título Parábola – Esta obra para guitarra sola lleva un nombre asociado a la geometría y/o metáfora lingüística. Ya se han hecho excelentes estudios sobre Parábola, como el de Eduardo Fernández (vease arriba Mais), quien abordó la obra en un artículo, y tuvo contacto con Brouwer. En su texto, el análisis destaca conexiones del proceso compositivo, ya sea que surja del uso de la serie de Fibonacci y otros medios, sin abandonar la importancia de la africanidad en Brouwer.

La disertación de André Milagres (2015) también aborda otro interesante tema de la parábola, y sus procedimientos compositivos, al establecer la posibilidad de la estructura de esta música con la pintura y los procesos del artista suizo Paul Klee. Así como los procesos de Fibonacci interesaron a Béla Bartok –y fue uno de los creadores que entusiasmó a Brouwer en su juventud– la pintura y la obra de Klee están entre los intereses de Brouwer.

André Milagres cita una correspondencia que mantuvo con Turíbio Santos en la que el
guitarrista dedicado informa la descripción hecha por Brouwer, a ver,  Parábola es como “una sucesión de clichés de guitarra muy queridos por los intérpretes, (...) arpegios sonoros y rápidos, que funcionan como ornamientos”, y que esto impregnaría toda la obra guitarrística de Brouwer – “Una especie de marca registrada”. Y vale resaltar lo que dice a continuación: “El intérprete debe apegarse a los diseños del compositor y ejecutarlo de una manera muy clara, fluida, con un ligero balancearse, a la manera de una improvisación” (SANTOS, 2015 apud MILAGRES, 2015 :19).

En suma, el título de Parábola parece abrazar tanto la idea lingüística de aprehender algo a través de la exposición metafórica, simbólica, y aquí tanto aportes guitarreros, como dice Turíbio, como enfoques seriados, estructurados y africanidades, como quieren los estudiosos. 

Isabelle Hernandez (2000:166-167) afirmó que en Parábola están los significados del título ya mencionados, así como la importancia de las estructuras de Klee, las africanidades y la cultura cubana. Trae datos importantes sobre las interpretaciones: Brouwer la tocó justo después de componerla, solo de manera informal como indica, y también la grabó sin pretensiones en uno de los estudios del ICAIC (Instituto Cubano de Arte y Cultura Cinematográficos) y el guitarrista Jesús Ortega la interpretó en La Habana en el Primer Festival de Música Contemporánea de los País Socialistas el 13 de octubre de 1974.

Partituras con Improvisación Controlada - Turíbio habla de “a la manera de una improvisación”. El artículo de Fernández llama la atención sobre la dificultad de adherirse a la Parábola, pues pocos intérpretes parecen asumir la tarea de reunir las condiciones para el tipo de coautoría que la obra solicita; André Milagres también aborda este tema enumerando las raras oportunidades de ver la Parábola. De hecho, se trata más de un problema de la música de concierto contemporánea que de la obra de Brouwer. Estamos acostumbrados a que el amplio repertorio de Brouwer reverbere en muchas grabaciones y conciertos, y lo que se hace menos, como Tarantos y Parábola, está ligado a la vanguardia, a preceptos como la escritura en módulos, la Indeterminación y el Aleatoriedad, que alejarían el intérprete, especialmente preparado para interpretar partituras con una estética e historia dadas y un fraseo ya hecho.

El pionero Gilberto Mendes (Santos, 1922-2016) en su obra Blirium (1965) presenta, de manera lúdica, problema similar de estudiar detenidamente una partitura, que sea hecha por instrucciones. El compositor de Santos solía llamar a esto “improvisación controlada”, porque, aún con la libertad dada, están presentes parámetros para “cerrar” el límite a la aleatoriedad total, o al juego de azar de Cage.

En el caso de Parábola, la obra no se fundamenta precisamente en términos aleatorios; hay tonos a seguir y la presencia del intérprete está en su capacidad de expresión rítmica de las celdas con el guión indicativo de velocidades relativas, aliciente para demostrar su desempeño técnico-expresivo y, así, estar en sintonía con la idea inicial del compositor .

Minimalismo y silencio – Un presagio de una etapa a otra no es algo difícil de encontrar en compositores que han logrado su “marca registrada” hace mucho tiempo, y en Parabola un cierto nivel de Minimalismo rodea la obra, cuando una sección se repite y se alterna, a veces por simple repetición o con alguna diferencia, sumando o restando notas.

Brouwer señala juiciosamente en Parábola el uso de celdas de pausa, cuyo silencio emblemático, descrito en segundos, es un manejo recurrente de la música contemporánea.

 

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Turíbio Santos 80 years: Part 2

 Following the post on the 80th anniversary of Turíbio Santos, let's talk about Parabola, one of the most important works ever dedicated to Turíbio, which premiered in London in April 1974.

Parábola was composed by Leo Brouwer in 1973 and published in 1975 by Max Eschig Publishing House, within the Turíbio Santos Collection. Brouwer, born in Havana in 1939, lived through the European avant-gardes of the 1960s and 1970s, but in a totally natural way between what he already brought from his intercultural ancestry and the modern interests that reverberated in his Poetics since his early age.

Afro-Cuban rituals have a fundamental support in music and dance and these are established by the traditional gestures of the rite, but opened by trance improvisation. There is a set of songs that, in the sacred space of Afro rituals, make repetition with differences the consubstantiated material of the link with the divine. In this sonorous-corporal environment, based on the initiation rites of evocation, there is metaphorically room for invention and creative freedom, improvisation and, as a finale, the signs of completion of the ceremonial process. The motivic cells of Afro-Cuban ritual are often found in Leo Brouwer's extensive repertoire.

The seven movements of Parábola demonstrate the richness of several of these encounters: A– Prologue; B – Introduction to Dance; C – Alla Danza; D– Interlude; E – Yambu; F– Alla Danza and G– Epilogue.

The title Parabola – This work for solo guitar bears a name associated with geometry (parabola) and/or linguistic metaphor (parable). Excellent studies have already been done on Parabola, such as that of Eduardo Fernández (see above Mais), who addressed the work in an article, and had contact with Brouwer. In his text, the analysis highlights connections of the compositional process, whether arising from the use of the Fibonacci series and other means, without abandoning the importance of Africanness in Brouwer.

The dissertation by André Milagres (2015) also addresses another interesting theme of the Parabola, and its compositional procedures, by establishing the possibility of the structure of this music with the painting and processes of the Swiss artist Paul Klee. So, as the Fibonacci processes interested Béla Bartok – and he was one of the creators who excited Brouwer in his youth – painting and the work of Klee are among Brouwer's interests.

André Milagres cites a correspondence he had with Turíbio Santos in which the dedicated guitarist informs the description made by Brouwer, or  what, Parabola is like “a succession of guitar clichés very dear to the performers, (...) sonorous arpeggios and fast, that function as ornaments”, and that this would permeate all of Brouwer's guitar work – “A kind of registered trademark”. And it is worth highlighting what he says below: "The interpreter must adhere to the composer's designs and execute it in a very clear, fluid way, with a slight sway, in the manner of an improvisation" (SANTOS, 2015 apud MILAGRES, 2015 : 19).

In short, the title of Parabola seems to embrace both the linguistic idea of ​​apprehending something through metaphorical, symbolic exposition, and here both guitar contributions – as Turíbio says – as well as serial, structured approaches and Africanities, as scholars want. 

Isabelle Hernandez (2000:166-167) affirmed that in Parabola are the meanings of the title already mentioned, as well as the importance of Klee's structures, Africanities and Cuban culture. She brings important data about performances: Brouwer played it right after composing it, only informally as she indicates, and also recorded it unpretentiously in one of the ICAIC (Cuban Institute of Cinematographic Art and Culture) studios and the guitarist Jesús Ortega played it, performed in Havana at the First Contemporary Music Festival of the Socialist Countries on October 13, 1974.

Scores with Controlled Improvisation - Turíbio speaks of “in the manner of an improvisation”. Fernández's article draws attention to the difficulty of adhering to the Parabola, since few interpreters seem to take on the task of meeting the conditions for the type of co-authorship that the work requests; André Milagres also addresses this issue by listing the rare opportunities to watch the Parabola. In fact, it is more a problem of contemporary concert music than of Brouwer's work. We are used to Brouwer's extensive repertoire reverberating in many recordings and concerts, and what is done less, like Tarantos and Parabola, is linked to the avant-garde, to precepts such as writing in modules, indeterminacy and randomness, which would distance the performers, specially prepared to interpret scores with a given aesthetic and history and a ready-made phrasing.

The pioneer Gilberto Mendes (Santos, 1922-2016) in his work Blirium (1965) presents, in a playful way, a similar problem of poring over a score, which is made up of instructions. This Brazilian composer used to call this “controlled improvisation”, because, even with the freedom given, parameters are present to “close” the limit to total randomness or Cage's set of chance.

In the case of Parabola, the work is not precisely based on random terms; there are tones to follow and the presence of the interpreter is in his capacity for rhythmic expression of the cells with the indicative script of relative speeds, an incentive to demonstrate his technical-expressive performance and, thus, be in tune with the composer's initial idea.

Minimalism and Silence – A forshadowing of one phase to another is not hard to find in composers who have achieved their “trademark” long ago, and in Parabola a certain level of Minimalism surrounds the work, as a section repeats itself and alternates, sometimes by simple repetition or with some difference, adding or subtracting notes.

Brouwer judiciously points out in Parabola the use of pause cells, whose emblematic silence, described in seconds, is a recurrent handling of contemporary music.