música contemporánea para guitarra • contemporary music for guitar • Textos descritivos, análises, entrevistas, vídeos e áudios sobre música contemporânea para violão.
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
Carlevaro Music - audios ... videos
liga/link soundcloud
by/ de Francisco Gil (Mexican guitarrist)
https://soundcloud.com/franciscogilmx/sets/milonga-tangueada-obras-de-abel-carlevaro
Alfredo Escande - Youtube
https://www.youtube.com/results?search_query=alfredo+escande
Teresinha Prada - Youtube
https://www.youtube.com/watch?v=lRFkmAgyno4
2ª parte - Especial - Centenário de Abel Carlevaro (1916-2001)
Grata contribuição de Alfredo Escande – discípulo
e biógrafo de Abel Carlevaro
(breve entrevista)
(breve entrevista)
(TP)
- A vigência de uma Escola de Abel Carlevaro já se encontra estabelecida e
materializada, com o ideal da técnica a favor da música, em termos gerais, mas -
mais especificamente - você tem notícia de algum escrito de Abel Carlevaro
dedicado diretamente às chamadas "técnicas estendidas"? Ou você presenciou
alguma aplicação de técnica dirigida, publicada ou não, mas destacada ao
repertório contemporâneo, experimental?
(AE) Carlevaro
tinha entre seus planos escrever um trabalho sobre os recursos técnicos
não-tradicionais, o que agora costuma ser chamado de "técnica
estendida". Certa vez, inclusive, começamos a escrever alguns esboços, mas
outras coisas mais urgentes desviaram-no desse objetivo e não chegou a cristaliza-lo.
Ele estava sempre explorando possibilidades sonoras diferentes, e muitas vezes presenciei demonstrações suas sobre as mais variadas
técnicas (tanto a sós em seu estúdio como durante vários cursos
internacionais). Além disso, uma profunda conversa sobre esses assuntos com
Maurice Ohana em Paris, em 1974, configurou-se em um trabalho que, em
realidade, foi feito a "duas cabeças e quatro mãos", que foi "Estelas"
(escrevi a história deste trabalho em conjunto com Ruben Seroussi, e isso faz
parte do meu livro sobre Carlevaro).
(TP)
Embora tenha já sido admitida a presença de dissonâncias, a criação de obras
como Cronomías e outras implica uma
mudança de paradigma na maneira de entender / sentir o violão, uma abertura a
novos pontos de vista, a partir da escuta tradicional para outra diversa, da técnica
já obtida para a estendida.
Como
aconteceu com Carlevaro? Teria sido por contato com colegas e obras ou podemos
falar de uma espécie de "espírito de época" dos anos 60/70 que o
motivou?
(AE) Acho que essas motivações em
Carlevaro, são anteriores ao tempo que você menciona: o contato com Villa-Lobos
na primeira metade dos anos 40 já começou a lhe “abrir a cabeça", e o
mesmo pode ser dito de seu contato com Ohana no final daquela década e com Santórsola
nos anos 60, e – o que é fundamental – seu próprio espírito inquieto e de
mentalidade aberta a busca e experimentação.
(TP)
Admitindo-se uma Escola de Carlevaro, em sentido estrito, as comparações são
inevitáveis ... Sor, Tarrega, os antigos métodos de tratadistas como Sanz ...
e todos com forte ligação com suas próprias composições, ou seja, fazer a
"escola" envolve fazer suas peças, executar seus estudos e obras.
Em
Carlevaro teríamos de fazer o mesmo? Devemos ir além de seus cadernos de
técnica? Assim, embora as comparações sejam de fato imperfeitas, a ideia é:
fazer só a sua técnica já esclarece e reduz os problemas, mas fazer a sua
escola no total ... técnica, exercícios e - acima de tudo - suas obras, aí sim há
o sentido da Escola de Carlevaro, no total?
(AE) Acho que o
sentido da escola criada por Carlevaro não pode esgotar-se em seus cadernos de
técnica. Não se compreende isso se não se vincular diretamente a uma concepção
estética do violão, concebida em termos reais (e facilmente perceptíveis quando
se escuta atentamente suas gravações) como uma "pequena orquestra". Os
cadernos de técnica são apenas uma ajuda para estabelecer as bases, para
adquirir os fundamentos mecânicos que podem conduzir a uma adequada aplicação
destes critérios estéticos. Só por eles mesmos, não têm nenhum valor (e podem até
resultar negativos: assim ele me disse, quase literalmente, quando falou da sua
urgência em escrever seu livro de
teoria: "Na Europa estão usando meus cadernos sem nenhuma ideia de
como fazê-lo e para que servem, e isso pode ser um desastre", me disse
ele, e concluiu: "Eu tenho que escrever o livro de teoria" e foi
então que me pediu ajuda para fazê-lo).
Para realmente
entrar na escola de Carlevaro é muito importante estudar e compreender
profundamente seus cinco livros de "Técnica Aplicada" (seus
"Masterclasses" sobre Sor, Villa-Lobos e Bach, publicados, e outro ainda
inédito sobre estudos de Carcassi).
Também é
importante estudar e entender a fundo – e compreender seus critérios de uso da
mão direita, sua busca por cores, etc. – a música criada por ele, e também
analisar profundamente a forma como digitou, arranjou e interpretou outros
autores e conseguir
entender as suas razões para ter feito como fez.
parte 2 - Especial - Centenario de Abel Carlevaro (1916-2001)
Grata contribuición de Alfredo Escande – discípulo
y biógrafo de Abel Carlevaro
(breve entrevista)
(breve entrevista)
(TP) - La
vigencia de una Escuela de Abel Carlevaro ya se encuentra establecida y
materializada, con el ideal de técnica en favor de la música – en términos
generales –, pero más específicamente ¿usted tiene noticia de alguno escrito de
Abel Carlevaro dedicado directamente a las llamadas “técnicas extendidas”? ¿O usted
presenció una aplicación de técnica dirigida, publicada o no, pero distinguida
para repertorio contemporáneo / experimental? ¿hubo algo así?
(AE) Carlevaro tenía
entre sus planes escribir un trabajo sobre los recursos técnicos no
tradicionales, lo que ahora suele llamarse "Técnica extendida".
Alguna vez, incluso, empezamos a escribir algunos esbozos, pero otras urgencias
lo fueron distrayendo de ese objetivo y no llegó a cristalizarlo. Él estaba
siempre explorando posibilidades sonoras diferentes, y muchas veces presencié
demostraciones suyas sobre las más variadas técnicas (tanto a solas en su
estudio como durante diversos cursos internacionales). Por otra parte, una
profunda conversación suya sobre esos asuntos con Maurice Ohana en París, en
1974, plasmó en una obra que fue en realidad compuesta "a dos cabezas y
cuatro manos", que fue "Estelas" (la historia sobre esa
obra la escribimos en forma conjunta con
Ruben Seroussi, y forma parte de mi libro sobre Carlevaro).
(TP) Aunque
haya sido ya admitida la presencia de disonancias, la creación de obras como Cronomías y otras implica un cambio
paradigmático en la manera de entender/sentir la guitarra, una apertura a
nuevos puntos de vista, desde la escucha tradicional hacia otra diversa, la
técnica ya obtenida hacia a la extendida.
¿Como ha
sucedido en Carlevaro? ¿hubiera sido por el contacto con colegas y obras o
podemos hablar de una especie de “espíritu del tiempo” de los años 60/70 que lo
motivó?
Creo que esas
motivaciones, en Carlevaro, son previas a la época que usted menciona: su
contacto con Villa-Lobos en la primera mitad de los años 40 ya le empezó a
"abrir la cabeza", y lo mismo podría decirse de su contacto con Ohana
en el final de esa década y con Santórsola en los 60, y – lo que es fundamental
– su propio espíritu inquieto y su mentalidad abierta a la búsqueda y la
experimentación.
(TP) Al
admitirse una Escuela de Carlevaro, en un sentido estricto, comparaciones son inevitables…
a Sor, Tárrega, los antiguos métodos de tratadistas como Sanz … y todos
ellos con fuerte ligación hacia sus propias
composiciones, es decir, hacer la “escuela” implica hacer sus piezas,
ejecutar sus estudios y obras. ¿A Carlevaro teníamos que hacer lo mismo?
¿debemos ir más allá de sus cuadernos de técnica? Entonces, aunque comparaciones son en verdad
imperfectas, la idea es: ¿ hacer solo su técnica ya esclarece y reduce
problemas, pero hacer su escuela en total … técnica, ejercicios y - sobre todo
- sus obras, ahí, si, hay el sentido de
la Escuela de Carlevaro, en total?
(AE) Creo que el
sentido de la escuela creada por Carlevaro no puede agotarse en sus cuadernos
de técnica. No se comprendería lo suyo si no se lo vincula directamente con una
concepción estética de la guitarra, concebida en términos reales (y fácilmente
percetibles si se escucha con atención sus grabaciones) como una "pequeña
orquesta". Los cuadernos de técnica son apenas una ayuda para sentar las
bases, para adquirir los fundamentos mecánicos que pueden conducir a una
adecuada puesta en práctica de esos criterios estéticos. Por sí solos, no
tienen valor (y podrían hasta resultar negativos: así me lo dijo, casi
textualmente, cuando me habló de su urgencia para escribir su libro de teoría:
"En Europa están usando mis cuadernos sin tener idea de cómo hacerlo y
para qué sirven, y eso puede ser un desastre", me dijo; y concluyó:
"tengo que escribir el libro de teoría" y fue entonces que me pidió
ayuda para hacerlo).
Para adentrarse
realmente en la escuela de Carlevaro es muy importante estudiar y comprender
profundamente sus cinco libros de "Técnica aplicada" (sus
"Masterclasses" sobre Sor, Villa-Lobos y Bach, publicados, y otro aún
inédito sobre estudios de Carcassi).
Es muy importante, también, estudiar a
fondo – y comprendiendo sus criterios de uso de la mano derecha, su búsqueda de
colores, etc. – la música creada por él, y también analizar profundamente la
forma como digitó, arregló e interpretó la de otros autores y llegar a entender
sus razones para hacerlo como lo hizo.
2nd part - Special edition - Abel Carlevaro Centenary (1916-2001)
Grateful collaboration of Alfredo Escande
– disciple
and biographer of Abel Carlevaro
(brief interview)
(brief interview)
(TP) The effectiveness of Abel Carlevaro's
school is already established and concrete - it is the ideal of technique at
the service of music, in general matter. However - more specifically - do you
have news of writings by Abel Carlevaro, which were dedicated directly to so
called "extended techniques"?
Or have you ever seen any application of
techniques in specific, published or not, steered to contemporary /
experimental repertoire?
(AE) Carlevaro had had within his plans, to write a
paper about non-traditional technical resources, which often is called
"extended technique" nowadays. Indeed, we started writing drafts, but
more urgent things made postpone this goal and he didn’t crystallize it. He was
always exploring different sound possibilities, and often I witnessed his
exemplifications on various techniques (either alone in his studio as for
several international courses). Moreover, a deep conversation about these
subjects with Maurice Ohana in Paris, in 1974, forged a work, in fact, made by
"two heads and four hands", that is "Estelas" (I've wrote
the story of this work together with Ruben Seroussi, as part of my book about
Carlevaro).
(TP) Although has been admitted the presence
of dissonances, creating works such as Cronomías and others, implies a paradigm
shift in such way to understand / feel the guitar, as an openness to new points
of view, from a traditional listening to another diverse, from the technique
already acquired to the extended one – How it was for Carlevaro? Would it be by
contact with colleagues and pieces or we can speak of a kind of
"zeitgeist" at those years 60/70 motivating him?
(AE) I think these motivations in Carlevaro are before
the date you mention: the contact with Villa-Lobos in the first half of the 40s
has started to open his mind, and the same can be said of his contact with
Ohana at the end of that decade, and Santórsola in the 60s, and - what is most
important - your own restless spirit and open-minded for search and experience.
(TP) Admitting the Carlevaro's school, in the
strict sense, comparisons are inevitable ... Sor, Tárrega, the ancient methods
by writers like Sanz ... and these with a strong connection to their own
compositions, it means that do a "school" involves do pieces, play
these studies and works.
In Carlevaro would we have to do the same?
Must we go beyond his technical books? So, although compare them would be
imperfect, the idea is: doing his technique already would clarify and reduce
the problems, however do your school in total ... technique, exercises and –
above all - his works, so would the meaning of the Carlevaro's school be done, in
full?
(AE) I think the school sense created by Carlevaro
cannot be ended in his technical books. It will not be understood, if it
doesn't link directly to an aesthetic conception of the guitar, conceived in
real terms (and easily noticeable by listening carefully his recordings) as a
"small orchestra". Technique books are only a help to lay the
foundation to acquire the mechanical fundamentals that can lead to a proper
application of these aesthetic criteria. Just by themselves, they have no value
(and may even result in negative way: as he has told me, almost literally, when
he talked me of his urge to write a theory book: "In Europe they are using
my books (Cuadernos de Técnica) without any idea of how to do it and what it is
for, and this can be a disaster" – he told me, and concluded:" I have
to write the book of theory", and it was when he asked me to help him to
do this).
To really get into the Carlevaro school is very
important to study and deeply understand his five books of "Applied
Technique" (Sor, Villa-Lobos and Bach master classes, already published
and unpublished studies about Carcassi).
It is also important to study and understand entirely –
his right hand use criteria, your search for (tone) colours, etc. – the
music created by him, and also deeply analyse how he did fingerings, arrangements
and performance of other authors and be able to understand the reasons for why
he did it.
Assinar:
Postagens (Atom)